Mixando a Cozinha

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Técnicas de <b>mixagem</b>? Veja algumas dicas para mix de projetos multi pistas, digitais ou analógicos. As etapas da <b>mixagem</b>, cozinha, cobertura, gain structure, melhor utilização de equalizadores (gráficos, paramétricos e de fase linear), <b>compressores</b> multi-banda, limitadores, gates, PAN e efeitos como <b>delay</b>, <b>reverb</b>, phaser, flanger e chorus. Discuta como obter palco sonoro, gravação estéreo ou 5.1, redução de ruído, dithering, gravações Lo-Fi e Hi-Fi e audições críticas.

Moderador: OmidBurgin

ACUSTICA STUDIO
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NY, LA... MASTER

Mensagem por ACUSTICA STUDIO »

OLÁ!
ESTIVE COM O OMID EM FEVEREIRO DE 2007, E CONSEGUI RESULTADOS MUITO SIGNIFICATIVOS EM MINHAS "NOVAS" MIX. NY, LA OU QUALQUER OUTRO MODELO, NADA IRÃO ACRESCENTAR SEM BOM SENSO NA HORA DE MIXAR, E TER CIÊNCIA DO QUÃO LONGE PODERÁ CHEGAR COM PEQUENOS DETALHES QUE IRÃO ACRESCENTAR MUITO AO RESULTADO FINAL.
Bozovox
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Mensagem por Bozovox »

Este fórum está demais! Parabéns!
It´s all about the music.
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Gabriel Duarte
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Registrado em: 05 Nov 2007, 23:45
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Mensagem por Gabriel Duarte »

e q plugins vcs usam pra fazer o NY TRICK?
Gabriel Duarte
Marco ANL
Mensagens: 1
Registrado em: 10 Jul 2010, 20:35

Re: Mixando a Cozinha

Mensagem por Marco ANL »

Olá,
Sempre que leio artigos, dicas ou mesmo livros sobre <b>mixagem</b> e <b>masterização</b>, fala-se que não há fórmula secreta para se obter bons resultados. Tenho uma pequena banda e resolvi montar um <b>Home Studio</b> para gravar nosso primeiro cd. Confesso que hoje gosto mais de trabalhar com gravações e mix do que tocar (até porque não sou lá grande músico).
Então, gostaria de expor minha atual forma de trabalhar e ouvir de vocês onde posso melhorar. Meu som ainda não é nem 80%, mas acho que tá indo no rumo.
Utilizo o Sonar 8. Faço todas as gravações com instrumentos reais (menos percussões e pianos/synths, que utilizo Vsts diversos). A bateria capto com 8 mics, voz com <b>condensador</b>, guitarra com cubo microfonado com sm57 e baixo em linha. Como é um <b>Home Studio</b>, a <strong>acústica</strong> da sala não é boa. Coloquei algumas espumas tipo casca de ovo para dar uma abafada e fiz um aquário de 3 m x 2,80 com Eucatex que dá pro gasto.
Concluída a gravação de todas as tracks, passo à etapa de limpeza dos tons da bateria e correções de tempo etc.
Posiciono as tracks de forma organizada (bumbo, caixa, esteira, tom 1, tom 2, lateral, chimbal, over, baixo, guitarras, teclados...). Daí passo ao trabalho individual com cada uma. A partir daqui é onde a coisa começa a ficar mais difícil.
Inicio pelo bumbo, sempre complicado. Faço a limpeza manual de alguns vazamentos (caixa e pratos principalmente). Utilizo o L2 para deixar o nível de volume equilibrado e baixar o que ficou alto demais. Equalizo realçando a área do kick (entre 1,8 mais ou menos). Aplico um <b>compressor</b> (The Rocket, um <b>compressor</b> da Stillwell, com o preset que ele oferece). Depois, verifico o volume na mix (fica em torno de -9 dB).
Os passos nas demais peças são praticamentes os mesmos. Limpo os tons, aplico uma compressão leve e o limiter para cortar picos exagerados (voltando o que passou de -6 dB). Utilizo o pan para tom 1 e tom 2.
A caixa é sempre o mais difícil. Também faço limpeza manual, equalizo realçando graves, baixando médios e aumentando um pouco os agudos. Compressão (sempre com o The Rocket) e o limiter para evitar picos muito altos. Abro um bus para a caixa e lá coloco o equalizador e o <b>reverb</b> (este do próprio Sonar 8, que acho muito bom).
Nos pratos, faço um corte de graves na equalização e só.
Guitarra - faço apenas filtro de ruídos e, quando necessário, alguma equalização. Quando tá fraca demais, utilizo o Tube Leveler do Sonar, que acho bem prático e com ótimos presets.
No Baixo, utilizo compressão (também do The Rocket, na proporção de 4:1 ou 8:1). Aplico no insert um equalizador e faço um corte no que tá abaixo de 60hz e vou subindo de 100 em diante, sem passar de 0. Realço entre 900 e 1.8 e deixo os agudos em 0 dB.
Pianos e teclados, como gravo com vsts, não mexo quase nada, só volumes.
Vozes. Aqui aplico no insert os seguintes plugins. De-esser, equalizador, compressão (2:1 ou 4:1), <b>reverb</b> (o do Sonar mesmo). Quando tem backs, mando todos para um bus com esses mesmos elementos da voz principal.
Daí, no volume master, to fazendo algo que nunca vi ninguém falar que faz. Insiro o L2 e trago tudo de -6 até -0.2. Faço isso porque acaba me dando uma margem legal para trabalhar o volume da mix de forma mais eficiente. Meu ouvido ainda é muito destreinado e não sei que tipo de estrago possa causar, mas, para ser sincero, tenho gostado muito desse resultado, pois me permite mixar próximo do volume final que a música vai ficar.
Fechada a mix, converto as tracks para uma track estéreo e agora to testando várias opções de <b>masterização</b>... Na realidade, não sei o suficiente para isso, mas a democracia musical é pra isso mesmo...
Levo a track para outro programa (geralmente o Soundforge) e lá aplico um filtro de ruído bem suave, faço corte de trecho desnecessário no início e no fim da música e, então, abro o Isotope. É o único software de <b>masterização</b> que conheço. Nele to montando meu preset. No eq paramétrico, faço um corte de graves no que tá abaixo de 50 hz e nos agudos acima de 18k. Desativo o <b>reverb</b> (já que apliquei individualmente nas tracks que achei cabível), e deixo ativados os demais plugins.
Como utilizei o Limiter no volume master da mix, a música já vem com volume razoável. Então, no limiter do isotope utilizo algo entre -3.0 e -2.0, dependendo da dinâmica da música.
No eq paramétrico, deixo os graves em 0, dou uma queda em torno de -5 ou -4 nos médios graves, começando a partir de 180 até 1.3. Daí, abro um ponto com um Q baixo e subo 2 ou 3 dB em 1.6, e mais um outro ponto de Q baixo para realçar entre 3.6, subindo 2 ou 3 dB.
Após a aplicação do Isotope, percebo que, embora eu configure o limiter para não passar de zero, ele sempre tem alguns pontos de overloads que vão a 0,3 ou 0,1. A solução que encontrei foi aplicar novamente o L2 com os parâmetros trazendo de 0 para 0 dB.
Daí, tenho a música fechada. Ouço no meu par de monitores (de seis polegadas). Escuto também num microsystem e no meu carro e passo pro pessoal da banda ouvir. Tenho um amigo que trabalha numa loja de som que geralmente ouve minhas mixagens e me dá algumas dicas, pois ele é técnico de PA e entende do assunto.
No resultado final, ainda não tenho o punch necessário, nem aquele som aveludado e agradável que se ouve nos CDs de alto padrão, principalmente na voz. Acho que meu maior problema está nos cortes das freqüências dos instrumentos, pois não sei exatamente como isso deve ser feito.
O pessoal fala que, em alguns aparelhos, o som parece grave demais. Nos meus três aparelhos, parece bom, mas com volume abaixo dos CDs que comparo.
Não sei a partir de que ponto devo atenuar as freqüências mais graves (como disse, faço o corte no Isotope no que tá abaixo de 50 hz).
Um dia desses, também fiz a experiência de ouvir minha mix num som com um crossover. Fui desligando os cortes para ouvir individualmente as freqüências. Fiquei meio decepcionado com os graves, pois percebi, comparando com outras músicas, que o meu som tava muito longe do punch obtido nos CDs que coloquei pra comparar. Nesse ponto, não tenho a menor ideia de onde está a falha.
Já me falaram que eu não deveria utilizar compressão nenhuma nas tracks etc. Mas acho que o segredo é na equalização e nos cortes corretos de acordo com as características dos instrumentos, principalmente os que vão ocupar as freqüências mais graves.
Desculpem se minha participação ficou grande demais. Moro numa cidade pequena do interior do Pará e aqui tem pouca gente que possa dar dicas ou críticas construtivas que me façam obter um som próximo de uma música comercial, pois não temos grana para mandar o projeto para um estúdio maior fazer a <b>mixagem</b> e a <b>masterização</b> (a não ser que alguém do tópico tope fazer de graça... RS RS RS).
Se a internet aqui deixar, vou postar o link com uma de nossas músicas. O estilo é pop rock levinho (gospel).
Obrigado a todos que ajudarem...
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OmidBurgin
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Re: Mixando a Cozinha

Mensagem por OmidBurgin »

Ola a todos!

Obrigado pelos elogios, Bozovox e pessoal da Acustica Studio e obrigado por compartilhar em todo detalhe a sua forma de produção Marco!

Gabriel: primeiro não se trata de um 'trick', mas de uma filosofia e estética de <b>mixagem</b>: deixar os graves e agudos super-comprimido, saturando estas bandas, para ultimamente recompensar a nossa falha de ouvir graves e agudos. Verifique o fletcher-munson ou equal loudness curve em outros tópicos. Também entre no nosso site www.AudioTools.com.br, aonde você pode 'brincar' com a Fletcher Munson ou Equal Loudness Curve!

Se precise decidir em um plugin, usaria o que é mais perto do analógico possível. Por exemplo, sugiro o Pulltech para fazer a equalização e o Urei (UAD) 1176 para fazer a compressão. Uso bastante esta dupla para fazer o meu trabalho, recriando esta estética! Os Neves e API como equalizadores e Fairchild e novamente API como <b>compressores</b> se mostrarem também muito bonito. Depende muito da coloração colateral que você procure! No outro lado, eu não usaria um <b>compressor</b> multibanda e um EQ gráfica.

Espero que isso tenha ajudado.

Grande abraço a todos!
Omid Bürgin ................ www.omidburgin.com
OMiDAcademia de Áudio .. www.academiadeaudio.com.br
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