Proporção da sala

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Qual a diferença entre um <b>absorvedor de membrana</b> (bass traps) e um <b>absorvedor</b> de banda larga? O que são Room Modes? Para que serve um <b>difusor</b> de resíduo quadrático (também conhecido como Schroeder e RPG) ou um <b>difusor</b> Fractal?
Aqui você pode discutir sobre como projetar Técnicas e Estúdios de Gravação, ondas estacionárias, <b>isolação</b> e materiais isolantes, <b>RT60</b>, PNC, Critério de Bonello, entre as outras centenas de assuntos relacionados à <strong>acústica</strong>.
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Yoko
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Proporção da sala

Mensagem por Yoko »

Numa sala com forro rebaixado em gesso, considero o pé direito da laje ou do rebaixo no cálculo dos modos?
Dennis Zasnicoff
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Modos Ressonantes

Mensagem por Dennis Zasnicoff »

Olá Yoko,

Esta é uma ótima pergunta !

O gesso é um bom refletor. Isso significa que, mesmo nos graves, a maior parte da energia é refletida. Assim, podemos considerar que a distância piso-forro de gesso é a mais importante para os cálculos dos modos nessa dimensão. Isso torna-se mais verdadeiro conforme mais denso / "selado" estiver o forro e quanto maior a frequência do modo.

Em teoria, uma parte da energia atravessa o forro e é refletida na laje de concreto. Assim, exisitirão também os modos laje-piso e também os modos laje-forro ! Porém, as ondas estacionárias desses modos são menos intensas, e poderiam ser ignoradas a princípio.

Como vê, <strong>acústica</strong> é uma caixa de surpresas e somente um um teste auditivo + medição poderão confirmar a resposta da sala com maior precisão.

Utilize a dimensão forro-piso como bom ponto de partida para seu projeto!

PS.: Algo interessante para se considerar: se a dimensão piso-laje é mais interessante (em termos de distribuição de modos, volume da sala etc.) do que a dimensão piso-forro e, além disso, não há necessidade estética nem funcional de que o forro permaneça intacto, então você poderia construir um grande <b>absorvedor</b> de Helmholtz pefurando o gesso com furos de diâmetros e espaçamento calculados para ajudar no controle de graves ! Só que aí você me conta depois como foi o resultado, ok?

Abs
Dennis Zasnicoff
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Yoko
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Mensagem por Yoko »

Veleu, Dennis! :D
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Luiz Martinelli
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Mensagem por Luiz Martinelli »

Oi Yoko,
Qual o tipo de forro de gesso (acartonado ou daqueles mais antigos quadrados)? Ele será usado como <b>isolação</b>?

Eu achei ótima a idéia de potencializar o uso do forro como um helmholtz! É importante otimizar ao máximo seu espaço fazendo uso de todo tipo de tratamento. Mesmo se não puder fazer os furos, calcule a distância da laje e a modulação dos montantes de estrutura para trabalhar o forro como uma membrana de absorção.

Abraço!
Luiz Guilherme Martinelli
Arquiteto
OMiD international audio academy
http://audioacustica.com.br
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Yoko
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Mensagem por Yoko »

O forro é gesso acartonado.
Mas agora embolou um pouco meu cérebro.
Se, por exemplo, colocar um <b>absorvedor de membrana</b> no forro, isso pode alterar a proporção da sala para o cálculo dos modos?
Rafael Espinoza
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Proporções

Mensagem por Rafael Espinoza »

No caso de ambiente não-retangular, trapezoidal, por exemplo, como calcular os modos?
Já vi estudios trapezoidais, esse formato deve ter vantagens, certo?
Dennis Zasnicoff
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Forro de gesso e cálculo dos modos ressonantes

Mensagem por Dennis Zasnicoff »

Olá Yoko, não, os <b>absorvedores</b> não modificam as dimensões para efeitos de cálculo dos modos.

Pense da seguinte forma.
Um <b>absorvedor de membrana</b> justamente funciona por que a onda sonora "atravessa" por ele e faz a membrana vibrar.
Se ele for tão rígido a ponto de refletir o som, então ele passa a ser a dimensão final no trajeto do som e portanto no cálculo dos modos. Nesse caso, porém, ele não mais atuará como um <b>absorvedor de membrana</b>.

Voltando ao caso da sua sala e do gesso - se o gesso (material, densidade, eventuais furos, revestimento etc.) é de tal maneira que os graves atravessam com facilidade, então ele pode ser considerado uma membrana e a laje deve ser usada no cálculo dos modos.

Se ele refletir a maior parte da energia sonora (graves) - o que é mais comum - então a dimensão piso-gesso passa a ser utilizada no cálculo dos modos.

Abs
Dennis Zasnicoff
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Salas trapezoidais

Mensagem por Dennis Zasnicoff »

Rafael, no caso de paredes (superfícies) não paralelas, o que ocorre é a formação de um modo "banda-larga", que varia da frequência correspondente entre a maior distância entre as paredes até a frequência correspondente a menor distância entre elas.
A intensidade do modo em cada frequência (ou pequena banda) é, no entanto, bastante inferior ao modo equivalente em paredes paralelas.

O resultado é a resposta modal fica melhor distribuída no espectro, que é no final das contas, o que desejamos.

Além disso, superfícies não paralelas podem ser projetadas para auxiliar no direcionamento de médios/agudos (defletores), evitar a formação de flutter-echo, melhorar <b>difusão</b> e características da <b>reverberação</b> natural, melhorar a imagem estéreo do palco sonoro, melhorar a resposta dos monitores, entre outras coisas.

Abs
Dennis Zasnicoff
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